É possível descobrir-se após os trinta? Fazendo uma reflexão sobre mim mesma, resolvi falar sobre isso.
Dos dezoito aos vinte
Estava fazendo uma análise, com base na minha trajetória até aqui (trinta e um anos) e comecei a pensar em como nós sabemos pouco sobre o que queremos e o que faremos da vida aos vinte e poucos anos.
Quando completamos vinte anos, muitos acham que sabem de tudo e estão fazendo as escolhas certas para o resto da vida. Outros, não tem a mínima ideia do que estão fazendo e para onde vão.
Nos meus vinte, eu idealizava centenas de coisas, achava tudo possível, achava que aos trinta seria super rica, bem sucedida e com uns dois filhos.
A verdade é que acabei sucumbindo um pouco à pressão que a vida faz com a gente. E agora que comecei a sentir tudo começando de verdade para mim.
Nessa fase me vi tendo de fazer várias escolhas, como o curso superior, algo que me trouxe muitos questionamentos, pois eu não queria ser uma coisa só.
Queria ser historiadora por achar fascinante conhecer a história e entender o que acontece hoje, mas queria mudar o mundo e pensava que ser diplomata poderia ajudar, sempre fui o ombro das amigas, uma ótima conselheira e me interessava os assuntos relacionados à psicologia.
Sabia que seria uma boa psicóloga, afinal papai e mamãe eram psicólogos, estava nos “genes”. Ao mesmo tempo, todo mundo me dizia: -Você seria ótima na comunicação. Fala bem, é extrovertida e muito criativa! – Será mesmo?
A verdade é que a cabeça fundiu! Comecei em Relações Internacionais (lembra da Diplomata que queria mudar o mundo?) e finalizei em Relações Públicas (Sou a comunicativa).
A conclusão até aqui é que não, não estamos preparados para decidir o futuro nessa fase. A menos que você desde sempre tenha tido certeza absoluta do que queria. Mas acredito que vez ou outra se questionou.
Mas o bom da vida é que sempre poderemos mudar de ideia.
Seguindo o barco
Eu sempre tive certeza de uma coisa sobre a minha vida, eu queria fazer algo que amasse e fosse impactante. O dinheiro viria como consequência.
Por conta disso nem sempre fiz escolhas populares ou que as pessoas entendessem bem. Foi maravilhoso e ao mesmo tempo muito doloroso.
Enquanto muitos iam seguindo trabalhando e ganhando dinheiro, muitas vezes me vi na mais profunda incerteza. Mas sempre em busca daquilo que me preenchesse como ser humano e tivesse propósito. Sempre fui daquelas que acha que vale mesmo a jornada.
Quando a gente resolve ser assim, paga um preço e eu muitas vezes por não querer pagar tão caro, aceitei empregos que não me acrescentaram e não aguentei ficar muito tempo, justamente porque nem só de dinheiro se alimenta a alma.
Fui julgada como a menina que pedia demissão. Mas a verdade é que nunca deixei de trabalhar. Trabalhar não é só ter uma carteira assinada.
Toda experiência conta
Olhando para trás, vejo dezenas de experiências únicas e maravilhosas e todas vieram de erros e acertos na mesma proporção.
Sou uma sortuda, conheci pelo menos uma pessoa incrível por onde passei, aprendi de tudo um pouco, por querer ser de tudo um pouco também. Chorei e ri demais! Sinto saudade de muita gente e lugares!
Trabalhei com músicos, crianças, idosos, gente quadrada, gente descolada, boa e ruim. E é por isso que hoje sou resultado das minhas escolhas e experiências.
Errei pra “cacete”, fiz pessoas sofrerem e muita gente me fez sofrer. Fui injusta e injustiçada. Tive que aprender a perdoar, esse é o paradoxo da vida. Uma roda girando, ora se está por cima ora se está por baixo.
E até agora concluí que fui e sou de tudo um pouco que queria ser lá atrás. Pude dar aulas de história, criei um coletivo para tentar causar algum impacto positivo no mundo, sou comunicóloga e agora também posso ajudar e ouvir as pessoas sendo coach.
Descobrir-se após os trinta é possível
Depois de toda essa reflexão, cheguei à conclusão de que sempre é possível começar e recomeçar, independente da idade.
Chegar aos trinta é dar-se conta de que não se é velha, mas também não se é mais tão jovem. A hora é agora! Ou vai, ou racha. E é aí que surgem algumas crises.
Mas espere! Chegamos até aqui certo! Com alguns arranhões e cicatrizes, mas muito mais fortes! Não é mesmo?
Sei que nessa fase bate alguns questionamentos sobre as escolhas que fizemos, mas o bom é que estamos mais experientes, senhores de nós mesmos, pois sabemos o que gostamos ou não.
É aí que começa a descobrir coisas incríveis aos trinta anos.
Nem tudo é o fim
Você descobre que nem tudo é o fim. Ter terminado aquele namoro por exemplo, foi importante, senão estaria onde e com quem está agora. E sim, você será capaz de amar novamente, inclusive a si mesmo.
Ter perdido aquele emprego, fez você se mover e hoje sabe muito mais do que antes. Saber que tipo de líder quer ter, quer ser e qual empresa comunga com seus valores. E sim, você vai conseguir coisa melhor.
Ter passado por tanto sofrimento, te fez se amar mais, entender que tudo passa, saber quem quer que esteja em sua vida e não dá o privilégio do seu amor atenção à qualquer pessoa.
Você não é velha demais
Eu me imaginava velha e enrugada aos trinta, mas a verdade é que não sou não. Ainda tenho muita coisa pra viver, muita sede de transformações e planos.
Agora sim, sou mulher, me amo mais, sou mais segura e menos dramática.
Meu autoconhecimento aumentou consideravelmente e espero continuar evoluindo nesse aspecto.
No vídeo abaixo eu conto um pouco como foi o meu rito de passagem dos 29 para os 30 (2015):
Mudar de carreira aos trinta
Mudar de carreira aos trinta é possível e ao mesmo tempo um desafio imenso. Mas acontece com muitas pessoas e está acontecendo comigo por exemplo.
Eu me encontrei no coaching e é esse tipo de trabalho que quero continuar fazendo. Claro, gosto de comunicação também e quero conciliar as duas coisas.
A primeira coisa a fazer se estiver perdido, querendo encontrar um novo propósito no seu trabalho, é buscar uma orientação seja de um profissional Coach, mentor, psicólogo ou quem achar que pode te ajudar nesse processo.
Faça um planejamento, coloque prazos e metas para que ele se realize. Procure se capacitar para o novo mundo que deseja desbravar e tenha em mente sempre que é possível.
Estar capacitado e preparado para sua nova empreitada é fundamental. Faça cursos, MBAs, invista em conhecimento! Não se esqueça de pesquisar sobre o mercado também.
“Eu gosto do impossível porque lá a concorrência é menor.”
Walt Disney
Se em algum momento parecer difícil, procure algo que te mantenha motivado. Se é seu sonho, persista!
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Até breve!